A absolvição do presidente Michel Temer e de sua antecessora Dilma Rousseff acabou virando tema central das manifestações do procurador do Ministério Público Federal e coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, que ministrou palestra a acadêmicos de Direito da Univel logo após o término do julgamento pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“O que nós vemos é que alguns ministros decidiram fechar os olhos para as provas que estavam diante deles em relação a fraudes que foram judicializadas. Ainda que de modo mais abstrato, mais amplo, mais genérico, foram judicializadas e depois vieram provas consistentes, mas eles decidiram fechar os olhos para todas essas provas, passando um péssimo sinal para o futuro da Justiça Eleitoral", criticou.
Questionado pela imprensa sobre o posicionamento de Torquato Jardim, sucessor de Osmar Serraglio no Ministério da Justiça, ele não escondeu preocupação. "As declarações do novo ministro preocupam sim a Lava Jato. Como é notório, ele é uma pessoa que não tem experiência profissional em sua área de atuação, na área em que ele foi escolhido para atuar. O que suscita uma questão sobre qual a razão pela qual ele foi escolhido", disse.
Para Dallagnol, Jardim tem se posicionado com advogado de defesa de Temer. "Ele chegou lá e está fazendo uma série de declarações que o colocam em uma postura não tanto de ministro da Justiça, mas uma postura que pode ser interpretada como alguém que está defendendo o presidente da República”, pontuou.